No
fundo, no fundo,
há
em mim um lamento.
Há
em meus olhos
águas represadas
d’um
rio solitário
sem
nascente,
sem
foz.
No
fundo, no fundo,
há
em teu riso
o
ocaso do mundo.
Há
um crepúsculo
um
luso, um fusco,
sem
sol,
sem
luar.
No
fundo, bem no fundo,
onde
mora a minha fome,
onde
a tua sede morre,
há
o som do silêncio profundo
que
sepulta o sonho
sem
dor,
sem
dó.
Fabiana Gusmão