terça-feira, 31 de maio de 2016

LIBERDADE



Tanto pela tempestade que avança,
Quanto pela brisa leve, leve...
Sou tão feliz quanto criança,
Em qualquer tempo breve.

Em qualquer dia nublado,
Sou como o sol que há de vir.
Quanto menos tenho olhado,
Tanto mais quero sentir.

E de sentido toco a vida,
E viva, anseio a liberdade.
Liberdade é matéria de sonho...
Meus sonhos, outra metade.

Fabiana Gusmão Rocha

31 de maio de 2016

sexta-feira, 27 de maio de 2016

HAICAI 1

O verso segue sua sina, reduzido ao teor do papel.
Vez por outra sabota umas rimas
Voa bem alto e namora com o céu.

Fabiana Gusmão

quinta-feira, 26 de maio de 2016

Um jardim






















Desisti de ser asfalto um dia;
Deixei-o, como legado, à civilização.
Abandonei a loucura vazia:
Desejei ser mato, riacho e chão!

Virei morada de passarinho.
Plantei flores na alma sedenta,
N’onde as aves farão seu ninho;
E serei poema, que assobia e venta.

Minh'alma como um arlequim,
saiu alegre em festejo.
Como na ternura sincera de um beijo,
meu regalo agora é um jardim!

Fabiana Gusmão Rocha
Em 26 de maio de 2016

Apanhador de sonhos














Vem...
E desce sobre a minha tez solícita,
cobre-me mansamente
com tuas asas brilhantes
de azul céu e verde mar.

Enche-me com o canto
da tua voz suave.
Desenha-me o sol com teu riso leve.
E colore-me a vida de amor.

Vem...
Ensina-me a sonhar direito.
Segura-me em tua mão macia.
E na doçura do teu verbo,
Fala-me do luar...

Carrega-me contigo onde fores,
Mostra-me onde nasce o ser.
Revela-me a promessa dita,
Acalenta-me até amanhecer.


Fabiana Gusmão Rocha
Em 26 de maio de 2016

De verdade





















Na verdade

O poema se fez resposta

E, se não vos cabe

Responder-me os versos

É por porquê de tão leve

A palavra se fez som

E de tão breve

O som se fez presente

E de tão presente,

Tornou-se eternidade

E assim se fez

A resposta que vos cabe

Por recitar-me

Tão docente os versos,

Que nem eu sabia,

De verdade...


Fabiana Gusmão Rocha
11 de maio de 2016




quarta-feira, 25 de maio de 2016

Tese de amor
















Tese de um amor que dissera sem fim...
Que se foi, mas não vai,
Que se sabe e não cabe,
Cá dentro de mim.
Que não enxerga, mas vê.
Que não toca, mas crê.
Só escreve e não canta,
Se suspira, se espanta.
E não anda, flutua,
Nessa sombra que é tua.

Fabiana Gusmão Rocha,
10 de maio de 2016


EPITÁFIO

Nada desta vida quero em mim...
Que não seja o cheiro
Da flor que rompe.
Que não seja o hálito
Da brisa que fala.
Que não seja o som
Do nome que fere.
Que não seja o amor
Da amada imortal.
Que não seja a música
Das ondas na praia.
Que não seja a doçura
De sorrir no final.
...

Trocando em miúdos:

O horror de quem vive, é a morte;
De quem morre, é o medo;
De quem teme, é não viver!

SUAVE NOITE

















Suave noite
Negra e silenciosa,
No tumultuado
Coração humano.

Despida, suntuosamente,
Ao sabor das horas,
Cerra os olhos cansados,
Desperta o coração ausente.

Fecha os punhos e aos gritos,
Roga ao dia que se rompa;
Que a pressa não lhe seja tanta,
E não se ouçam seus gemidos.

Suave noite
Se esmaece agora,
Em raios cintilantes
Cortejando a aurora.

Fabiana Gusmão
16 de maio de 2016

Eternamente

Surpreendo-me
Por não haver surpresas,
Dessa alma incansável
Suas pelejas.
Sem mesuras,
Segue a vida
Plena e nua;
Já não sabe
Os passos causticantes
D’uma alma inquieta, inquietante;
Dessa febre
Que vos arde lentamente,
Enquanto em mim,
Queima o corpo, eternamente.


Fabiana Gusmão,
em 16 de maio de 2016

PENSAMENTO



Roda viva de sonhos
Moinho de vento
Labareda inclemente
O meu pensamento

Lhe emaranha o juízo
Dá a volta em seu mundo
Como um barco à vela
No oceano sem fundo

E vai...

Segue o curso, destino
Mete-se a poetizar
Como em febre, delira
Só lhe cabe voar...

Fabiana Gusmão Rocha

10 de maio de 2016

terça-feira, 17 de maio de 2016

O POEMA



O poema
D e s e n h o u – s e
Na pauta
As letras
respingam
Seu mel
Colorem
Sinuosamente
Minúcias
Em todo o papel.

Fabiana Gusmão, 17 de maio de 2o16