quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

DEGREDO


Enfim posso ver-te agora,
Vieste uma única vez.
Senhora, luz desse olhar sombrio,
Alegra-me fitar tua tez.

Longe de ti conheci o degredo,
Sem teu afago o mundo devora.
Senhora, que meu sono embala,
Consola-me o peito que chora.

Ouço um canto entre vozes,
Um canto gritado e gemido.
Que não se escuta, por isso:
Senhora, dá-me o teu ouvido.

Perdi-me entre minhas dores,
No peito tamanha ferida;
Resgata-me só um instante,
Senhora, dona da vida!