quinta-feira, 2 de agosto de 2012

ÍNTIMO















No fundo, no fundo,
há em mim um lamento.
Há em meus olhos
águas  represadas
d’um rio solitário
sem nascente,
sem foz.
No fundo, no fundo,
há em teu riso
o ocaso do mundo.
Há um crepúsculo
um luso, um fusco,
sem sol,
sem luar.
No fundo, bem no fundo,
onde mora a minha fome,
onde a tua sede morre,
há o som do silêncio profundo
que sepulta o sonho
sem dor,
sem dó.

Fabiana Gusmão