quarta-feira, 26 de setembro de 2012

TALVEZ




Talvez, doce criança,
o teu sonho acalentado,
no leito recoberto de flores,
sem espinhos – ilusões.

Talvez, mas só talvez,
ele se realize – ressalte-se:
Ainda que por um instante,
possa fazer-te mais feliz.

Talvez, doce criança,
um dia a vida se amenize;
e entre as lutas, os lutos,
possas simplesmente sorrir.

Talvez, mas só talvez,
tua fronte se volte pra luz;
e reflita, tal qual espelho,
a imagem das tuas ilusões:

O sonho, outrora sonhado,
no berço embalado,
na alma entranhado,
sem espinhos, só flor.

Fabiana Gusmão

SOLITÁRIO














Quando o sol não surge
e o dia, mesmo claro,
Parece noite sem luar.

Quando a luz perece na sombra
e pelos quatro cantos,
o vazio é maior.

Treme o corpo de frio e dor.
Teme a alma, a solidão.
O choro silencioso, ninguém vê!

Fabiana Gusmão, em 23/09/2012

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

NEGAÇÃO



















Não, meu amor,
não o vejo mais aqui.
Ao redor, tudo frio;
nenhum sorriso é teu.

Não, nem no sono
posso vê-lo...
Seu olhar, em sonho,
esperança vã!

Aqui, por toda parte,
o vazio se acumula.
Não, meu amor,
já nem posso mais sorrir...

Fabiana Gusmão, em setembro de 2012

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

SENTIR





















Se o afago é na carne,
ou se extrapola o ato.
Se é concreta matéria,
ou se é etérea de fato.
Se estimula o sentido
que sente a dor de ser:
Desapego!
Desencanto!
Desengano!
Fecha os olhos e sente,
Abre-os outra vez e não vê...
Quando rompe, solitário,
o peito em pranto
e, sem chão,
sobe ao céu...

É minha voz:
um grito surdo!

Fabiana Gusmão, em agosto de 2012.