sexta-feira, 30 de novembro de 2012

PARALELO

















Sou o que na vida transborda
E por ela transita languidamente
Alheio a hora, ao destino ou dor
Trapos por vestes, olho por dente

Não concebo em teu seio nenhum alento
Nem teu sorriso morno concretiza o ser
Nada do que dizes ecoa entre os loucos
Só o que não vives é o que te faz morrer

Mas enterneço ante a tua fantasia
Das tuas ilusões, dos teus frívolos dias
E de resto te digo ternura não basta
Faz-me rir, com palavras vazias

Então, deixa-me passar pela vida,
 sendo eu tão sedento em ser
E deixo-te morrer simplesmente, 
no silêncio, sem nada dizer.

Fabiana Gusmão, 30 de novembro de 2011

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