Quisera eu
ser alguém que não sou.
Quisera outro caminho,
por onde não vou.
Quisera um dia,
só por um momento
sem depois, nem talvez,
nem ressentimento…
Ser a lua inteira
e esse céu que abriga.
Secar este pranto,
que salgou a vida.
Ser o chão vincado,
por onde pisas
e a estrada erma,
nunca antes vista.
Quisera ser o pão
que a fome sacia.
Quisera ser o sim
e o não, não seria.
Beber, num sorriso,
nesses lábios morrer.
Aplacar essa sede
e não mais querer.
Fagur (Fabiana Rocha).



