quarta-feira, 19 de outubro de 2016

MENINA POESIA

Nandinha pequenina.

A menina era bem pequenina
E vivia a brincar pelo chão.
Sorriso doce, olhar altivo,
Mil segredos na imaginação...

Suas maçãs, sempre rosadas,
matizavam, no centro, a tez;
e ao lado das curvas dos lábios,
as covinhas da insensatez.

(Preferia a solidão
À certa companhia
Preferia o silêncio,
À palavra vazia...)

Deixou a arte crescer,
No silêncio da sua solidão;
Escorreu entre os seus pensamentos,
Brotou da palma da mão.

No azul do céu, desenhou
Correu, livre, entre as árvores
rabiscou seus desejos alegres
Na areia alva, que a chuva lavou.

Um dia desistiu de ser gente,
vestida em poeira e fantasia
disse-me alegre, sorrindo:
- Decidi, vou ser poesia!


Fabiana Gusmão

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