segunda-feira, 1 de julho de 2019

MEU CORPO DÓI



Deixe-me em paz,
Meu corpo dói.
Dói as dores do mundo.
Dói o pranto sofrido.
Dói o surdo gemido
Dói.
Meu corpo dói de frio e de calor.
Dói por não viver.
Dói de abandono e de fome.
Dói pelo rosto sem nome.
Dói.
Meu corpo dói pela falta de abrigo.
Dói a dor da carne fria.
Dói a de tanto sentir.
Dói a dor de existir.
Dói.
Meu corpo é o templo
das dores que vejo
e pelas que imagino, ele dói.
Dói pela vida sofrida,
dói pela morte temida.
Deixe-me em paz,
ele dói.

Fabiana Gusmão Rocha, 1º de julho de 2019.

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