Não te acompanharei
à mesa,
à missa,
ao altar.
Não dividirei
o catre,
a farinha,
o jantar.
Não segurarei as tais flores,
vestida de branco,
não serei o seu par.
Não verás o meu ventre,
qual lua cheia, repleto de vida.
Não reclamarei as dívidas,
as dúvidas,
os cuidados,
nem lhe darei os meus.
Vagarei perdida nos sonhos.
É lá onde devo morar.
Como o derradeiro pensamento do dia;
como o primeiro raio de sol;
como o cheiro de figo maduro;
como conchinhas na beira do mar;
como a música que embalou uma década;
como as cartas de amor não escritas…
Como a curva desse riso discreto que ninguém conhece a razão.
Como o rio que alimenta o mar e as vidas ao seu redor.
Como aquilo que ninguém viu.
Fabiana Rocha, 08/08/2021.
mais uma maravilha! Abraço imenso
ResponderExcluirBom dia!!! Obrigada pela leitura e por seu comentário tão gentil! Volte sempre!!!
Excluir