Não é teu o poema guardado,
esquecido e mofado
num 'HD' insondável e
distante de ti.
Nunca foram teus esses versos
de pés,
de risos,
de dentes,
de língua na língua,
de olhos no olhar atento
do poeta devoto
nos limites do céu.
Jamais conhecerás a alegria incontida
no refrão ensaiado,
riscado em papel
e inscrito na lua
de lumes desenhados
numa tarde dominical.
Esse poema em 'backup'
não é teu, nem nunca será.
Não és tu a musa sonhada,
vivida,
encarnada,
o ápice do gozo,
telúrica e etérea,
o bem e o mal.
Fabiana Rocha, 05/08/2021.
*Poema publicado na Antologia Internacional Mentes Poéticas II, da Editora Mente Aberta.
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