quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

ANTROPOFALANDO





















Da pele quente
Curtida pele ardente
O líquido que escorre
Escarlate,
Amarelo,
Negro,
Em todas as cores,
Nos tons,
Olfatos,
Paladares,
E nos gestos
Não menos sincréticos
Elaborados no chão,
No pátio,
No eito,
Nas arenas,
Nos terreiros,
No ladrilho milenar...
Frutos do mundo,
Dele fecundado,
Nascido,
Vivido e findado
Debaixo de tantos sois
E de tantas luas
Por sobre esta terra
A caminhar
Errantes seres de carne e osso
Não tão santos,
Não tão maus,
Nem tão sábios,
Nem tão tolos.
Tão divinos,
Simplesmente humanos.

Fabiana Gusmão, em 26 de dezembro de 2012.

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