quarta-feira, 5 de maio de 2021

JANELAS









Vejo-te ao longe, infinito;

devorando-me os pensamentos,

devassando-me os instintos,

na sanha do desejo, aflito.


Por trás destas ríspidas telas vazias,

aproveita a fenda que ora te resta,

adentra-me e fica a vontade,

desnuda-me a alma sem pressa...


Desta janela que agora se abre;

tão tênue, tão frágil e fugaz,

revela-se de si, um mundo.


E do outro lado, teu olhar atento,

para além do tangível me espreita,

enxerga-me por dentro e ao fundo.


Fabiana Rocha, 05 de maio de 2021.

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