Ah, infância esmaecida pelo tempo
brotando daqui e dali à beira da estrada
que leva ao âmago do esquecimento.
Lá onde tudo é guardado.
Lá onde mora a saudade.
Lá onde nasce o que sou...
Vó sempre soube de todas as coisas.
O seu coração era quentinho e grande,
tão grande que certa noite,
depois do Natal, ele transbordou.
Vó, a partir daí, passou a habitar a tal estrada...
Havia tanta magia na casa de vó
como haviam biscoitos e doces em sua dispensa.
E no quintal o imenso Bougainville magenta
separava as cercas do curral.
No curral, o vô apartava os bichos, para cuidar da ordenha
e os cheiros que de lá exalavam enchiam o mundo de cores.
Em frente a casa, cinco árvores enormes
nos serviam de todos os brinquedos imagináveis.
Havia tanta magia na casa de vó
quantas estrelas podem haver nós céus.
Fabiana Rocha, 30/04/2021.
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