domingo, 3 de junho de 2012

ESPELHO



















Como quem olha um espelho,
vi tua alma em mim,
vi você chegar mansamente;
meu outro lado, meu lado igual.
Refletido em meus olhos,
refletidos desejos.
Mesmo querer,
mesmo sentir,
mesmo temor: o de partir.
E agora,
feito espelho em partes,
dividido e estilhaçado,
posso ver,
embaralhado entre cacos,
pedaços meus,
confundidos aos teus.
E nessa bagunça,
já não sei quem sou,
já não sei quem és,
já não sei se somos...

Fabiana Gusmão

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